O tributarista Leonardo Manzan analisa que os aspectos jurídicos da eólica offshore no Brasil têm ganhado relevância à medida que o país se prepara para regulamentar essa fonte de energia renovável. Com enorme potencial ao longo do litoral, a energia eólica offshore requer um arcabouço normativo robusto que assegure segurança jurídica, viabilidade econômica e sustentabilidade ambiental.
Aspectos jurídicos da eólica offshore: competências e diretrizes iniciais
Os aspectos jurídicos da eólica offshore envolvem diversas esferas de competência da administração pública, como exploração de recursos naturais, licenciamento ambiental, regime de uso do espaço marinho e regulação energética. De acordo com Leonardo Manzan, a ausência de um marco legal específico dificulta a implantação segura de projetos eólicos no mar, exigindo maior clareza normativa por parte do governo federal.
A criação de regras claras sobre outorga, leilões e modelo de concessão é fundamental para evitar disputas futuras. O Dr. Leonardo Manzan frisa que o ordenamento jurídico precisa conciliar os interesses da União, responsável pelo domínio do mar territorial, com as diretrizes de desenvolvimento sustentável e proteção ambiental, reforçando a importância de uma legislação articulada e moderna.
Licenciamento ambiental e zoneamento marítimo como pilares regulatórios
Um dos pontos centrais dos aspectos jurídicos da eólica offshore é o licenciamento ambiental. Como ressalta Leonardo Manzan, os empreendimentos em alto-mar apresentam desafios específicos quanto ao impacto sobre a fauna marinha, rotas de navegação e comunidades costeiras. Por isso, os critérios de avaliação ambiental deverão ser rigorosos, mas também viáveis do ponto de vista técnico e econômico.
Nesse contexto, o zoneamento marítimo será um instrumento essencial para disciplinar o uso do espaço oceânico. A definição de áreas prioritárias para a geração de energia eólica permitirá maior previsibilidade regulatória e evitará sobreposição com outras atividades, como pesca, turismo e transporte marítimo. O empresário Leonardo Manzan destaca que a integração entre órgãos ambientais e reguladores será determinante para acelerar o processo com segurança jurídica.
Modelos de exploração e contratos: concessão, autorização ou permissão?
A definição do modelo jurídico de exploração é outro elemento crucial nos aspectos jurídicos da eólica offshore. O Brasil ainda precisa decidir se adotará o regime de concessão, autorização ou permissão para o uso das áreas marinhas com fins de geração de energia. Segundo expõe Leonardo Manzan, essa escolha impactará diretamente o apetite dos investidores e a estrutura financeira dos projetos.

O modelo adotado deve trazer equilíbrio entre o interesse público e a atratividade econômica. Isso inclui regras claras sobre prazos de exploração, obrigações do empreendedor, contrapartidas ao Estado e mecanismos de resolução de conflitos. Ao elucidar esse ponto, o Dr. Leonardo Manzan observa que a experiência internacional pode ser uma referência útil, mas deve ser adaptada à realidade jurídica e institucional brasileira.
Segurança jurídica e incentivos ao investimento
A regulamentação da eólica offshore deve assegurar previsibilidade e estabilidade para garantir o fluxo de capital nacional e estrangeiro no setor. A segurança jurídica é um dos pilares mais valorizados por agentes econômicos em projetos de longo prazo. Leonardo Manzan comenta que, além da definição normativa, será necessário criar um ambiente institucional que promova transparência, eficiência e agilidade na tomada de decisões.
Adicionalmente, políticas públicas de fomento, como incentivos fiscais e linhas de financiamento específicas, poderão contribuir para a consolidação do setor. A articulação entre órgãos reguladores, instituições financeiras e empresas privadas será vital para transformar o potencial eólico offshore em realidade concreta e sustentável no Brasil.
Oportunidades e riscos diante da regulamentação
Os aspectos jurídicos da eólica offshore no Brasil abrem um leque de oportunidades estratégicas, mas também apresentam riscos regulatórios que precisam ser minimizados. Conforme aponta Leonardo Manzan, é fundamental que a regulamentação em construção considere a complexidade do ambiente marítimo, a diversidade de interesses envolvidos e a urgência da transição energética.
A aprovação de um marco legal sólido, moderno e equilibrado poderá posicionar o Brasil como protagonista global na geração de energia renovável em alto-mar. No entanto, qualquer lacuna jurídica ou excesso de burocracia pode comprometer a viabilidade dos projetos e afastar potenciais investidores.
Autor: Brian Woods