A proposta de uma nova taxação sobre fintechs como alternativa à substituição do IOF acendeu um alerta no setor financeiro digital. Representantes das principais empresas do setor afirmam que qualquer medida tributária que atinja diretamente as fintechs pode ter efeitos negativos significativos sobre os serviços oferecidos aos usuários. A discussão ganhou força após o governo apresentar a possibilidade de implementar um tributo específico para operações realizadas fora do sistema financeiro tradicional, o que inclui transações entre carteiras digitais e fintechs.
Segundo especialistas, a taxação sobre fintechs criaria barreiras para o crescimento das empresas de tecnologia financeira e prejudicaria a inclusão bancária conquistada nos últimos anos. O setor de fintechs foi responsável por impulsionar o acesso de milhões de brasileiros a serviços financeiros antes inacessíveis, como contas digitais, transferências gratuitas e investimentos com baixa burocracia. A taxação sobre fintechs representaria um retrocesso em um mercado que ainda está em fase de consolidação e expansão.
Entidades como a Zetta, que representa fintechs como Nubank, Mercado Pago e PagBank, argumentam que a criação de uma taxação sobre fintechs é uma medida injusta e ineficiente. Elas afirmam que o setor já cumpre rigorosamente suas obrigações fiscais e regulatórias e que a nova proposta criaria distorções competitivas em relação aos bancos tradicionais. A taxação sobre fintechs afetaria, principalmente, a camada mais vulnerável da população, que depende desses serviços para gerenciar suas finanças de forma acessível e prática.
Um dos principais pontos de crítica à taxação sobre fintechs é a falta de clareza sobre como o novo tributo seria aplicado. Há incertezas sobre se a incidência ocorreria em transferências entre contas digitais, pagamentos com QR Code ou movimentações entre carteiras. Essa indefinição gera insegurança jurídica e dificulta o planejamento financeiro das empresas. A taxação sobre fintechs, se aprovada nesses moldes, poderia desestimular investimentos em inovação no setor.
Outro fator importante é o impacto da taxação sobre fintechs na competitividade do mercado financeiro. As fintechs surgiram como alternativa aos bancos tradicionais, oferecendo serviços mais baratos, simples e rápidos. A taxação sobre fintechs tende a nivelar o custo dos serviços, anulando a principal vantagem dessas plataformas e prejudicando o consumidor final. Isso favoreceria a concentração bancária e limitaria as opções disponíveis no mercado, em um momento em que a digitalização é uma tendência irreversível.
A proposta do governo, segundo representantes do setor, ignora os avanços que a tecnologia financeira trouxe para a economia brasileira. A expansão das fintechs gerou empregos, aumentou a arrecadação tributária por meio de serviços digitais e fomentou a educação financeira da população. A taxação sobre fintechs, ao invés de modernizar o sistema tributário, pode travar um setor estratégico para o desenvolvimento do país e comprometer a competitividade nacional em relação ao mercado global.
As fintechs defendem que a reforma tributária deve priorizar a simplicidade, a equidade e a neutralidade tecnológica. A taxação sobre fintechs, ao invés de atender a esses princípios, cria um obstáculo à inovação e ao avanço digital. A alternativa mais adequada seria um modelo que considere a natureza tecnológica das fintechs e promova uma concorrência justa com o sistema bancário tradicional. Assim, seria possível manter os benefícios da digitalização sem penalizar empresas e consumidores.
Diante desse cenário, o debate sobre a taxação sobre fintechs deve ser conduzido com cautela e diálogo entre governo, setor privado e sociedade. O risco de prejudicar um ecossistema que trouxe tantos avanços não pode ser ignorado. A decisão sobre a taxação sobre fintechs precisa levar em conta o impacto social, econômico e tecnológico dessa medida, para que o país avance na modernização de seu sistema financeiro sem criar novos entraves ao progresso.
Autor: Brian Woods